Passageiros de uma vida só

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Já visualizou um inusitado e impensável romance no espaço? Em “Passageiros”, filme dirigido por Morten Tyldum (indicado ao Oscar de melhor diretor em “O Jogo da Imitação”), durante uma viagem de rotina entre galáxias, dois passageiros são despertados 90 anos antes do tempo programado, o que não deveria acontecer. Sozinhos, sem ter pra onde ir e o que fazer, o engenheiro mecânico Jim, vivido por Chris Pratt, e a escritora nova-iorquina Aurora, personagem de Jennifer Lawrence, começam a estreitar seu relacionamento e acabam se apaixonando. Só que a paz e o amor são ameaçados quando eles descobrem que a nave Starship Avalon está correndo um sério risco e que eles são os únicos capazes de salvar os mais de 5.000 passageiros que estão em um sono profundo.

Você sabe que nestes filmes de ficção você tem que mergulhar de cabeça da história, né? Porque senão nada faz sentido… Para e pensa: uma nave espacial transportando milhares de pessoas, dormindo, hibernados, para uma nova vida em outro planeta, em uma viagem de uns 120 anos, é algo que não acontece no nosso dia a dia… Pelo menos por enquanto! Porém, realmente dá pra gente imaginar como seria isso, pois a direção e os efeitos especiais estão amarradinhos no longa. Uma produção futurista impecável!

Mas o grande lance dessa ficção científica não é a viagem em si ou o romance dos protagonistas, nem o perigo que eles estão correndo. A ideia é se colocar no lugar do cara, que acorda 90 anos antes de alcançar seu destino, e sentir a solidão dele lá, preso numa nave até o resto de sua vida. Nesse sentido, dá até pra cometer uma loucura!

Já que é pra entrar na história – e nessa loucura –, vamos viajar hipoteticamente… E se isso acontecesse com você? Você pagou caro por uma viagem, o dinheiro de uma vida inteira, e acaba se vendo perdido, o único acordado, dentro de uma nave espacial que nunca deveria falhar. Você pagou pra deixar a Terra, tentar uma nova vida no planeta colônia Homestead II, mas a sua câmara de sono foi a única a dar problema. Você, como um bom engenheiro mecânico, passa mais de ano estudando as câmaras e o sistema da nave… Daí, descobre um jeito de acordar “à força” alguém que seguramente irá se apaixonar – e ainda a terá como companhia para o resto da vida dentro da nave. Você completa o ritual? Vai guardar esse segredo até a morte? É egoísmo ou isso tudo pode ser visto como estratégia para a felicidade?

É, malévolo senhor leitor… Ainda bem que estamos falando só de um filme. Tudo bem que somos passageiros de uma vida só, mas o que você faz com sua vida não diz respeito nem pode influenciar a minha. E, por mais que você não queira, essa ação benéfica individual vai acabar caindo sobre você. Essa é só uma fábula espacial sobre as fragilidades do egoísmo aliadas a um poder tecnológico bastante imaginável nos tempos atuais. Tinha tudo pra ser incrível… Só precisávamos de um roteiro mais íngreme para sustentar tudo isso. Quem sabe numa outra vida.

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Um Comentário Add yours

  1. Lucas Ribeiro diz:

    Estou com muito receio desse filme, tenho de admitir. Primeiramente, não sou chegado em romances no… espaço… em… uma nave… cheia de pessoas… adormecidas… … (acrescente quantos … forem necessários pra indicar minha confusão/ indignação com essa parte da sinopse).
    Segundo, meus dois atores favoritos em um mesmo filme. O que isso tem a ver? Calma. Como dizia Jack, o estripador, vamos por partes:
    – Eu tenho a mania de fingir conhecer certas pessoas que não conheço – mas que pretendo, algum dia, em… algum lugar ou… vida – logo escolho pessoas de que gosto muito no meio cinematográfico (eu escrevo em modo automático e raramente edito, logo tenho que avisar, sim é estranho, coisa de gente sozinha na vida, complexo de Anne Frank, fazer o quê? Acontece nas melhores famílias)… Voltando, possuo essa mania de fingir que conheço essas pessoas, então assisto todos os filmes e séries e ouço as músicas que eles se arriscam a cantar e me apego de um modo, muito, muito íntimo (já estou pensando em apagar esse comentário. Creepy e comprometedor).
    – Meus atores favoritos ever eram Jennifer Lawrence (melhor pessoa, depois de Adele – mas Adele não é atriz, não conta – e mantêm a posição) e Bradley Cooper (gostava dos filmes, ia muito com a cara dele – tá que é uma cara, um rosto de expressão meio sonsa, mas… sem bullying, até achava legal). Dois atores ótimos. Admirava, e ainda admiro bastante, ambos… Mas (conjunção adversativa intrometida, sempre)
    – Climax > Alguém muito genial teve a brilhante ideia de colocá-los em um magnifico filme chamado Serena… como par “romântico”… … …
    – Ultimo ato desse drama – O filme foi uma porcaria, na minha opinião – se alguém gostou, perdão, nada pessoal – e que acabou com a imagem dos dois atores pra mim… Passei a noite inteira tentando não dormir, pra não sonhar que com aquele filme horroroso, com aquele final horroroso e fiquei repensando os meus conceitos sobre Jane e Brad. Sei que a culpa não foi deles, claro, e não foi a unica vez que atuaram como par romantico – Gostei muito de Silver Lining Playbook – mas foi o primeiro choque com os dois e não deu certo, foi suficiente pra me traumatizar. Depois de muito pensar Bradley perdeu o posto. Foi muito triste,ele era um companheiro legal.
    Depois disso, Emma Watson e Logan Lerman (favoritos secundários) – Não gostei muito de As vantagens de Ser Invisível – e o romance entre eles no filme, tirou Logan da lista – ele entrou por causa de Fury.
    Bem, Chris Pratt algum tempo depois entrou pra lista de melhores pessoas/atores favoritos. Gostaria muito que ele mantivesse a posição e não vai ser legal ter de escolher entre ele ou ela caso tenha de escolher porque está fazendo par românrtco JLaw…
    E básico de quando se possui atores favoritos, você não quer vê-los trabalhando em um filme, ou série ruim. É sempre o Oscar e se for menos que isso é Shame, shame…
    Enfim…
    Receio.
    Receio.
    Muito medo de Deja vu.
    O pessoal vai dizer que isso é muita babaquice de minha parte, que todos poderiam ser atores favoritos – e posso até concordar se não forem grossos demais – porém é dessa maneira que minha mente trabalha essas coisas.
    Enfim. Sempre gosto muitos dos seus textos Luiz.
    #DesculpaOTextoGigante. Pode intitular de Golias se quiser.

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