
Se for parar pra pensar, além da diversão em si, de os desenhos serem muito bonitinhos e perfeitos e das belas histórias que te prendem e te encantam, essas animações sempre tiveram excelentes lições de moral, que servem para a formação das crianças e caem como uma luva na vida de muitos adultos. Seja na princesa dando valor à beleza de uma fera, na diferença entre cães e gatos ou no choque de dois mundos entre a moça moderna e um Tarzan, conseguimos tirar proveito da história, e aquelas horas de filme se tornam muito mais que uma simples comédia.
Em “Os Croods”, o medo de Grug, o pai ogro de uma família das cavernas, garante a sobrevivência a todos naqueles tempos nada fáceis e pré-históricos. Só que a filha mais velha, Eep, com ares de rebeldia, quer conhecer o novo, buscar o mundo além da caverna, para, assim, deixar de sobreviver e começar a viver. Tudo começa a mudar quando ela conhece o rapazinho aventureiro Guy, que lhe apresenta a realidade cheia de mudanças e a iminente chegada do “fim do mundo”. Se os baixinhos já podem tirar algo proveitoso dessa luta pelo medo do que é novo, os altinhos também deliram com um roteiro com grandes sacadas familiares, como a relação do casal, os reflexos disso na criação dos filhos e, ainda, a popular raiva da sogra.
Mas o que mais me marcou e me emocionou (sim, eu choro até em animações) foi a importância dada à necessidade de dizer, pra ontem mesmo, que amamos alguém. Por mais escura que seja uma caverna ou por mais difícil que seja se alimentar entre animais ferozes, lutando pela sobrevivência, é um dever interior demonstrar o que se passa no coração, valorizar até aquele mais antigo, esquecido e pré-histórico sentimento que está ali escondido. Se até uma adolescente rebelde e cavernosa conseguiu fazer isso, imagine nós, contemporâneos, tecnológicos e milimetricamente avançados?! É só largar aquele osso rotineiro, explorar o desconhecido sentimental e delirar com as criações e descobertas diárias, como se tudo fosse grande como a criação da roda ou a fascinante descoberta do fogo. Isso, sim, é evolução da espécie.
Confira o trailer: